Rotular, no sentido anos 80 da palavra, limita.
Por isso que é feio ter preconceitos: um cara pode ser preto ou branco, mas ele nunca será só preto ou branco; pode ser straight ou gay, mas isso também não o define completamente; pode ser norte-americano e, gosh, saber que Brasília é a capital do Bananão (aliás, o que é mais comum é ver caras voltando de lá, falando: “puxa, quando você os conhece, assim, de perto, os norte-americanos não são tão malas assim”. E assim é em toda a parte, e com qualquer preconceito: eu mesmo, da última vez que voltei da Argentina, comecei a considerar razoavelmente viris aqueles beijinhos entre homens. Mas, divago).
Por isso, irrita quando chamam que não vai com o mainstream de neocon, de neonazi, de olavete, de direitista, de conservador.
Conservadores et caterva (me included), na maior parte das vezes, não gostamos do rótulo porque indica um limite: passa-se a idéia de um grupo de rednecks armados, vestidos como o Rambo, numa fazenda do meio-oeste.
Claro, não é nada disso: há, entre nós, neguinhos (opa) de todas as raças. Até gays, desconfio (me excluded). A grande coisa que temos em comum é não gostarmos desses rótulos, porque parecem tapa-olhos.
E o que é mais fascinante, nisso tudo, é que quem é de esquerda, gosta do rótulo: ah, eu sou de esquerda! (bate no peito, põe adesivo no carro, compra camiseta, pendura bottom de estrelinha, pinta a cara…).
Então ficamos assim: no more direita e esquerda, no more conservadores e liberais. Agora seremos rotulados e desrotulados.