The King.
Preciso fazer uma confissão. Li quase tudo do Stephen King.
Li “Carrie”, “Cujo”, “Christine”, “The Shining”, “It”, “Salem’s Lot”, “Night Shift”, “Gerald’s Game” e outros. Muitos, muitos, muitos outros. Juro.
Eu me justificava dizendo que era para manter o inglês up-to-dated – na época eu dava umas aulinhas por aí. Mas era mentira. Lia porque gostava mesmo. Ele conta histórias redondinhas, com começo-meio-e-fim, usa frases com sujeito-verbo-e-predicado, abusa de gíria e de palavrão. E, sobretudo, não passa mensagens. Não tem a síndrome de Esopo, que assola os best-sellers de hojemdia. Conta uma história, e pronto.
Talvez o preconceito com o Mr. King derive dos filminhos bê (e cê), que fizeram com alguns de seus livros: o “It” (“A Coisa”) é horroroso (e o livro é dos melhores, sobretudo para adolescentes e pós); o “Christine” não passa mais nem na Record; o “Silver Bullet” é um lixo (o livro também não e grande coisa), e por aí vai.
Mas os filmes, todo mundo sabe, são sempre inferiores aos livros. E alguns dos livros são tão bons, mas tão bons, que os filmes ficaram ótimos – e ninguém fala que vêm do Mr. King.
“The Shawshank Redemption”, por exemplo (que aqui foi batizado “Um Sonho de Liberdade”, Deus sabe por quê). O filme é ótimo, mas é menor que o livro. E só se fala no desempenho do Tim Robbins e do Morgan Freeman.
Outro: “The Green Mile” (aqui, “À Espera de um Milagre”, explique se puder). O livro é quase um roteiro, de tão preciso. E quem leva crédito é o Tom Hanks. Aí eu digo – "Mas o livro é do Stephen King!". “Jura?!”, dizem. “Pensei que ele só escrevesse terror...”
Mais um: “Misery” (“Louca Obsessão”, tradução que esclarece a doença de quem a fez). É um thriller duro, de deixar sentado na beira da poltrona. Já o livro, não deixa você dormir, por uns três dias. Mas só se fala no desempenho do James Caan e da Cathy Bates (que, por sinal, é bom mesmo).
E tem “Apt Pupil” (“O Aprendiz” – ufa!). Livro e filmes medianos, que têm aparência de politicamente corretos, mas vão um bocadinho além. Só se fala da performance do frutuoso Ian Mckellen; nada de dizer que o livro é do Mr. King.
O “Stand By me” (“Conta Comigo”), que deu fama ao River Phoenix (e, porque não, ao Rob Reiner), também é baseado no livro do Mr. King, muito melhor. Alguém diz, alguém diz? Não.
Até o Governador da Califórnia já fez o “The Running Man” (“O Sobrevivente”), antecipando os reality shows, que certamente ainda virão, onde o prêmio é continuar vivo...
Mesmo a “Carrie, a Estranha” – que cometeu o pecado de mostrar ao mundo a Sissy Spacek; mesmo “O Iluminado” – que também atentou contra o cinema, por dar cartaz ao Jack Nicholson e ao Stanley Kubrick; mesmo o “Secret Window” – que traz a improvável parceria Depp-Turturro, são raramente creditados ao Stephen King.
E todos esses filmes são, pelo menos, passáveis. Logo, os livros são, necessariamente, mais que passáveis!
E até em áudio tem coisa muito boa: ouçam o “The Mist”, gravado em 3D-Audio. Genuíno, bacaninha, diferente. E creepy, very-very creepy.
Enfim, confesso: li quase tudo do Stephen King. E gostei.
Li “Carrie”, “Cujo”, “Christine”, “The Shining”, “It”, “Salem’s Lot”, “Night Shift”, “Gerald’s Game” e outros. Muitos, muitos, muitos outros. Juro.
Eu me justificava dizendo que era para manter o inglês up-to-dated – na época eu dava umas aulinhas por aí. Mas era mentira. Lia porque gostava mesmo. Ele conta histórias redondinhas, com começo-meio-e-fim, usa frases com sujeito-verbo-e-predicado, abusa de gíria e de palavrão. E, sobretudo, não passa mensagens. Não tem a síndrome de Esopo, que assola os best-sellers de hojemdia. Conta uma história, e pronto.
Talvez o preconceito com o Mr. King derive dos filminhos bê (e cê), que fizeram com alguns de seus livros: o “It” (“A Coisa”) é horroroso (e o livro é dos melhores, sobretudo para adolescentes e pós); o “Christine” não passa mais nem na Record; o “Silver Bullet” é um lixo (o livro também não e grande coisa), e por aí vai.
Mas os filmes, todo mundo sabe, são sempre inferiores aos livros. E alguns dos livros são tão bons, mas tão bons, que os filmes ficaram ótimos – e ninguém fala que vêm do Mr. King.
“The Shawshank Redemption”, por exemplo (que aqui foi batizado “Um Sonho de Liberdade”, Deus sabe por quê). O filme é ótimo, mas é menor que o livro. E só se fala no desempenho do Tim Robbins e do Morgan Freeman.
Outro: “The Green Mile” (aqui, “À Espera de um Milagre”, explique se puder). O livro é quase um roteiro, de tão preciso. E quem leva crédito é o Tom Hanks. Aí eu digo – "Mas o livro é do Stephen King!". “Jura?!”, dizem. “Pensei que ele só escrevesse terror...”
Mais um: “Misery” (“Louca Obsessão”, tradução que esclarece a doença de quem a fez). É um thriller duro, de deixar sentado na beira da poltrona. Já o livro, não deixa você dormir, por uns três dias. Mas só se fala no desempenho do James Caan e da Cathy Bates (que, por sinal, é bom mesmo).
E tem “Apt Pupil” (“O Aprendiz” – ufa!). Livro e filmes medianos, que têm aparência de politicamente corretos, mas vão um bocadinho além. Só se fala da performance do frutuoso Ian Mckellen; nada de dizer que o livro é do Mr. King.
O “Stand By me” (“Conta Comigo”), que deu fama ao River Phoenix (e, porque não, ao Rob Reiner), também é baseado no livro do Mr. King, muito melhor. Alguém diz, alguém diz? Não.
Até o Governador da Califórnia já fez o “The Running Man” (“O Sobrevivente”), antecipando os reality shows, que certamente ainda virão, onde o prêmio é continuar vivo...
Mesmo a “Carrie, a Estranha” – que cometeu o pecado de mostrar ao mundo a Sissy Spacek; mesmo “O Iluminado” – que também atentou contra o cinema, por dar cartaz ao Jack Nicholson e ao Stanley Kubrick; mesmo o “Secret Window” – que traz a improvável parceria Depp-Turturro, são raramente creditados ao Stephen King.
E todos esses filmes são, pelo menos, passáveis. Logo, os livros são, necessariamente, mais que passáveis!
E até em áudio tem coisa muito boa: ouçam o “The Mist”, gravado em 3D-Audio. Genuíno, bacaninha, diferente. E creepy, very-very creepy.
Enfim, confesso: li quase tudo do Stephen King. E gostei.
10 Comentários:
meu deus, vou ter que ler tudo. e assistir alguns de novo. God, vc me exaure.
Sim, sim! Escrevi sobre ele há tempos, defendendo a qualidade dos livros e tal. Clica aí no meu nome, ou seja lá onde for que aparece o link nesses comentários do Blogspot.
Ah, putz, Marcaurélio, bateu.
Há milênios, quando fazia Faculdadeletra, era constantemente achincalhado por falar bem do Mr. King.
Só não cometi o sacrilégio de ler tradução - já pelos títulos, doíam na alma...
(PS.: Bom ver blogueiro forte passando por aqui. Leio muito o JMC. Considere estendido o tapete vermelho. E volte quando quiser).
Olá! Parece muito bom, só de não passar mensagens já é ótimo... esse eu vou esperar e ler no original em breve!
Li "Carrie". Horrível. A história tem muitos cliches, esse negócio de monstro que no fundo é uma vítima (no caso, familiar) não me agrada em nada e para arremetar o horrendo mau gosto envolvendo a menstruação das duas garotas... Horrível.
Além do mais a história enrola muito antes de chegar ao massacre.
Pode até ser que o problema tenha sido a tradução, mas não acredito.
Faltou "do sistema" aí em cima, depois de "uma vitima"... Bom, se dê para corrigir, agradeço.
Falaí, Jorgê. Eu linquei-te, sem avisar. Se crossed the line, avise, que tiro.
A Carrie é ruinzinha. Mas é literatua adolescente. Um "Dólar Furado", feminino e infantil.
Mas o mais nojento, mesmo é o filme...
O Shawshank Redemption, se você quiser dar a ele outra chance, é 1000 vezes melhor.
Abraços,
MC
E eu gosto do Tom Clancy.
Well, anônimo, it also happens in the best families.
Ok, confesso que li/leio Grisham...
Please tell me, is it a sin???
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