Minha boquirrotice já denunciou que entrei nos “..enta”, time do qual só se sai na horizontal. E alguém me disse hoje que ingressaria no
prime da minha já longeva existência. A associação que fiz, sem querer, foi com o Supercine, de mais de vinte e cinco anos atrás.
Antes que o chateau Diacrônico adquirisse o vídeo-cassete, antes que se sonhasse com os devedês e com a tevê a cabo e, claro, antes que a Vênus Platinada se consolidasse como máquina de estupidificação nacional, o Supercine era onde via os filminhos que não poderia ter ido ver, no cinema.
Os sábados eram ótimos – todos são, quando se tem treze ou quatorze anos – o corpo já estava cansadinho da correria, o jantar era sempre cheio de
junkie food, e o Supercine vinha lá pela nove-e-meia, hora que não chegava nunca.
O começo era sempre um pouco angustiante: era bom que viesse logo, mas, ao mesmo tempo, o início do filme indicava o fim do sábado. Depois dele, só o Corujão, que eu invariavelmente assistia.
Assim espero que sejam os quarenta: ação, comédia, aventura e, Deus permita, algumas cenas de séquiço tórrido.
O que vem depois, já percebi, é justamente o velho Corujão – pode até ter coisa boa, mas vou estar com sono demais para aproveitar.