terça-feira, novembro 15

And now, our feature presentation...

Minha boquirrotice já denunciou que entrei nos “..enta”, time do qual só se sai na horizontal. E alguém me disse hoje que ingressaria no prime da minha já longeva existência. A associação que fiz, sem querer, foi com o Supercine, de mais de vinte e cinco anos atrás.

Antes que o chateau Diacrônico adquirisse o vídeo-cassete, antes que se sonhasse com os devedês e com a tevê a cabo e, claro, antes que a Vênus Platinada se consolidasse como máquina de estupidificação nacional, o Supercine era onde via os filminhos que não poderia ter ido ver, no cinema.

Os sábados eram ótimos – todos são, quando se tem treze ou quatorze anos – o corpo já estava cansadinho da correria, o jantar era sempre cheio de junkie food, e o Supercine vinha lá pela nove-e-meia, hora que não chegava nunca.

O começo era sempre um pouco angustiante: era bom que viesse logo, mas, ao mesmo tempo, o início do filme indicava o fim do sábado. Depois dele, só o Corujão, que eu invariavelmente assistia.

Assim espero que sejam os quarenta: ação, comédia, aventura e, Deus permita, algumas cenas de séquiço tórrido.

O que vem depois, já percebi, é justamente o velho Corujão – pode até ter coisa boa, mas vou estar com sono demais para aproveitar.

6 Comentários:

Blogger Marcos Matamoros disse...

Caro Mauro,
Eu também tive essa fase do Supercine, quando não tinha idade suficiente para sair de casa sozinho nos sábados à noite. E me lembro também que, nos anos 70, o Supercine chamava Primeira Exibição - alguém lembra? Eu era bem mais novo, mas tenho a lembrança de que os filmes eram melhores do que hoje. Faço qualquer coisa para não ficar em casa no sábado à noite. O risco de ver um filme do Supercine 'baseado em fatos reais' ou pegar alguma cena do Zorra Total, ainda que por alguns segundos, me causa calafrios
Um abraço,
Marcos

16.11.05  
Blogger mauro disse...

Ô, Dom Matamoros, ilustre visita, como vai?
Pois é, naquela época o Supercine era o primeiro lugar em que os filmes apareciam, depois do cinema. Nada de "filme para televisão", nem de softcores para donas-de-casa, como passou a ser depois...
Mas aquela musiquinha de introdução podia servir de réquiem para os sábados. Ou para a juventude, whatever...

16.11.05  
Blogger Marcos Matamoros disse...

Caro Mauro,
Tenho visitado sempre sua nobre morada, apenas não tenho feito comentários. O seu blog está interessante e, pelo que percebo, você está escrevendo as crônicas que pretendia escrever quando começou o blog.
Quanto ao Supercine, virou um festival de filmes ruins, com mulheres feias e roteiros de quinta categoria. Uma tristeza. Daqui a pouco, até filme do Neville D'Almeida vão passar.
Pelo que percebo, a música do Supercine significa para você o que o tema do Fantástico representa para muita gente. Para mim, o pesadelo é outro: ver a imagem do Fausto Silva, ainda que por cinco segundos, me causa náuseas. Um réquiem para o fim de semana e para a inteligência
Um abraço e apareça no Torre de marfim. Você é sempre bem vindo
Marcos

17.11.05  
Blogger mauro disse...

Dom Matamoros,

Sou habitué da Torre e me divirto muito com os seus diálogos. Ainda não achei o tom deste bloguim aqui, mas continuo procurando...

Abraços,

Mauro

18.11.05  
Blogger Jorge Nobre disse...

Bons tempos...

OS filmes da seção da tarde eram melhores que os da noite.

Hoje é tudo a mesma porcaria.

18.11.05  
Blogger mauro disse...

É, Dom Jorge. Ou isso, ou estamos ficando prematuramente velhos...

21.11.05  

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