Olavo de Carvalho.
Queria lincar, aqui, mas não lembro quem foi (e já procurei, em vão). Creio que foi um dos wunderblogueiros. Disseram que o Olavo de Carvalho não é mais o mesmo, que a qualidade de seus artigos vem caindo.
De fato - não só diminuiu a produção, como aparecem coisas apressadas, como esta:“A proliferação de revistas de “divulgação científica” seria um benefício incalculável para o povo, se elas não fossem escritas, em geral, por semi-intelectuais que melhor fariam em guardar para si suas idéias bobocas. Outro dia vi numa dessas publicações uma reportagem que, com o ar triunfante de quem esmaga o obscurantismo religioso sob as patas soberanas da “ciência”, explicava as curas miraculosas como efeitos da ativação de certas áreas cerebrais pela prece fervorosa, sem necessidade de mediação externa, divina, entre o pedido e a realização. Isso quer dizer que, se você pedisse o milagre a Baal, a Belzebu, ao Rei Momo, a São Lulinha ou até a São-Você-Mesmo, obteria idêntico resultado, contanto que chacoalhasse as áreas certas da sua massa cinzenta. Só que, alçado o cérebro às alturas dessa onipotência, os efeitos da mera auto-sugestão seriam indiscerníveis das curas pela fé religiosa e as igualariam ou superariam em número. E, se tamanha fosse a eficácia da auto-sugestão, ela simplesmente eliminaria a possibilidade de testar medicamentos pelo método duplo-cego com efeito placebo. Num relance, a pesquisa científica em medicina estaria abolida, e então não faria o menor sentido alegar sua autoridade contra as pretensões da religião ou até da superstição pura e simples. O autor da matéria nem de longe se dava conta dessa conseqüência imediata e incontornável do seu raciocínio. Pensar, definitivamente, não era o seu forte.”
Ora, pois não é que ele, aí, deu tiro no pé? No meu, pelo menos. O teste com placebos, prá mim, existe, justamente, para verificar se o medicamento tem algum efeito físico-químico real, se faz alguma diferença: se você toma o remédio e melhora, e outra pessoa, nas mesmas condições, não toma o remédio, mas acredita que toma, e também melhora, a causa da melhora foi outra, não foi o remédio. Se foi a fé em Deus, ou no remédio, ou no Dr. Fritz, de fato, para esse fim, tanto faz.
De fato - não só diminuiu a produção, como aparecem coisas apressadas, como esta:“A proliferação de revistas de “divulgação científica” seria um benefício incalculável para o povo, se elas não fossem escritas, em geral, por semi-intelectuais que melhor fariam em guardar para si suas idéias bobocas. Outro dia vi numa dessas publicações uma reportagem que, com o ar triunfante de quem esmaga o obscurantismo religioso sob as patas soberanas da “ciência”, explicava as curas miraculosas como efeitos da ativação de certas áreas cerebrais pela prece fervorosa, sem necessidade de mediação externa, divina, entre o pedido e a realização. Isso quer dizer que, se você pedisse o milagre a Baal, a Belzebu, ao Rei Momo, a São Lulinha ou até a São-Você-Mesmo, obteria idêntico resultado, contanto que chacoalhasse as áreas certas da sua massa cinzenta. Só que, alçado o cérebro às alturas dessa onipotência, os efeitos da mera auto-sugestão seriam indiscerníveis das curas pela fé religiosa e as igualariam ou superariam em número. E, se tamanha fosse a eficácia da auto-sugestão, ela simplesmente eliminaria a possibilidade de testar medicamentos pelo método duplo-cego com efeito placebo. Num relance, a pesquisa científica em medicina estaria abolida, e então não faria o menor sentido alegar sua autoridade contra as pretensões da religião ou até da superstição pura e simples. O autor da matéria nem de longe se dava conta dessa conseqüência imediata e incontornável do seu raciocínio. Pensar, definitivamente, não era o seu forte.”
Ora, pois não é que ele, aí, deu tiro no pé? No meu, pelo menos. O teste com placebos, prá mim, existe, justamente, para verificar se o medicamento tem algum efeito físico-químico real, se faz alguma diferença: se você toma o remédio e melhora, e outra pessoa, nas mesmas condições, não toma o remédio, mas acredita que toma, e também melhora, a causa da melhora foi outra, não foi o remédio. Se foi a fé em Deus, ou no remédio, ou no Dr. Fritz, de fato, para esse fim, tanto faz.
O que o Olavo de Carvalho escreve (tenho vontade de colocar um senhor na frente do nome dele, pelo respeito que ele, de fato, merece, mas poderia soar como ironia), ultimamente, carece da humildade agnóstica (não atéia, perceba-se, mas agnóstica). A fé que ele tem, e é invejável, tem feito ele torcer demais. E torcedor nenhum consegue raciocinar com clareza.
Ou isso, ou então não entendi nada.
1 Comentários:
to confusa... me explica tudo de novo?
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