quarta-feira, abril 13

Sabino.

Foi na Bienal do Livro, quando ela era, de fato, no prédio da Bienal, no Ibirapuera.
Minha mãe juntou todos os livros do Fernando Sabino que tínhamos – e tínhamos todos – e corremos para vê-lo numa palestra e, especialmente, para pegar autógrafos. Lembro que ele falou que São Paulo era mesmo separatista – até os banheiros de homem e de mulher eram em andares separados...
Depois, fomos ao estande. Eu, treze anos, com altura e cara de dez, e uma pilha de livros dele, que mal conseguia segurar. Pedi que autografasse, um por um. Ele perguntou se eu tinha lido algum daqueles livros – eu disse, sem pestanejar: “Todos” (mentira, não tinha lido o Encontro Marcado, ainda). “Então vem cá”, disse ele, e me puxou pelo braço.
Dentro do estande estava armada uma entrevista: holofotes, microfones, duas cadeiras. Ele pediu mais uma. Sentei. Era o programa “Panorama”, da Cultura.
A Glória Maria perguntou alguma coisa para ele, que disse: “Eu combinei com a Glória que ela ia me perguntar o que me dava mais felicidade como escritor. Não foi isso que ela perguntou, mas é o que vou responder: o que mais me dá felicidade é ver um menino como este aqui (câmera me mostra, olhos arregalados), que com... quanto anos você tem, Mauro?” Eu, roxo: “t-t-t-treze”. “Então, que com treze anos já leu quase tudo o que eu escrevi!”Pronto, vergonha em rede nacional – que só não foi maior porque ninguém assistia a Cultura...

2 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

vergonha nada. achei lindo.ia morrer de orgulho do meu filhote se isso acontecesse com ele.

13.4.05  
Anonymous Anônimo disse...

:o)

O final é sabinesco.

20.4.05  

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