Anhangabaú.
Tropecei, outro dia, em uma depressão no calçamento português do Anhangabaú, perto do edifício Conde de Prates. As pedras brancas, ali, pareciam mais brancas, mas o cimento (ou rejunte, sei lá), parecia mais escuro, meio amarronzado.
O tropeção desviou minha atenção do livro que lia, enquanto caminhava – A Doida do Candal. Retomei, na página errada. Margarida murmurou: “Que fiz eu da minha vida!... Como posso eu pôr os olhos no vosso rosto, meu Deus!”. Apesar de estarmos na primavera, um vento frio tentou virar a página e eu, com um arrepio, fechei os dois botões do paletó.
Nunca me lembraria disso se, no dia seguinte, não me tivessem dito que uma moça, de vinte e poucos anos, havia se atirado de um dos andares mais altos do prédio.
O tropeção desviou minha atenção do livro que lia, enquanto caminhava – A Doida do Candal. Retomei, na página errada. Margarida murmurou: “Que fiz eu da minha vida!... Como posso eu pôr os olhos no vosso rosto, meu Deus!”. Apesar de estarmos na primavera, um vento frio tentou virar a página e eu, com um arrepio, fechei os dois botões do paletó.
Nunca me lembraria disso se, no dia seguinte, não me tivessem dito que uma moça, de vinte e poucos anos, havia se atirado de um dos andares mais altos do prédio.
4 Comentários:
suicídio é coragem ou covardia?
Fala aí, Anô.
Veja se isto responde: "The man who kills a man, kills a man. The man who kills himself, kills all men; as far as he is concerned, he wipes out the world. His act is worse (simbolically considered) than any rape or dynamite outrage. For it destroys all buildings; it insults all women".
Adivinha quem disse.
Não li esse livro do Camilo.
Se eu fosse viver uma cena assim o livro citado seria "Antigona", de Euripedes.
Nobre Jorge!
A Doida do Candal não chega aos pés da loucura euripideana.
Mas foi fato, a coincidência. Então narrei-a, foi só.
Abraço!
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