Conselho aos Hackers.
Profissionalizam-se, os malandros: primeiro, eu recebia e-mails de banco onde nunca tive conta, pedindo para recadastrar meus dados. Mas os logotipos eram meio desproporcionais e, cáspita, eu não tinha conta lá, mesmo. Caía quem queria.
Depois, os cartões virtuais: alguns segundos de hesitação, pensando em que mulher poderia, nesta altura do campeonato, estar desesperada por você, a ponto de mandar cartões virtuais de cãezinhos felpudos com a cabeça inclinada e língua de fora. Mas aí você percebe que qualquer mulher que te mande um troço daqueles não merece nem ser conhecida (biblicamente, ou não). E que, no fundo, alguém que não ama muito você está tentando meter um troiano na sua máquina. Mas aposto que muito neguinho caiu – e muitas, muitas mulheres, especialmente as mais gordotas.
Também recebo, até hoje, avisos da receita federal, de que meu CPF, se eu não clicar ali, vai para o saco. E uns avisos de cobrança da Tim, que me ameaçam mandar para o Serasa, ou para o inferno – eu evitaria tudo isso, veja você, apenas metendo o mouse onde não devia.
E vieram outras, com presentes do Boticário, fotos da Bia Boa, promessas de alguém que me acha o par perfeito. Agora, a moda, certamente derivada do Orkut, é alguém te procurar dizendo que acha que você é o cara que estudou com ele (ou ela), e clique ali, veja a minha foto.
Não sei exatamente a razão, mas ainda não caí em nenhuma dessas. Tá, eu assisto Penn & Teller às vezes, e sei imitar bem o portuñol do Padre Quevedo. Mas acho que não é só esse cruel ceticismo que me afasta dessas armadilhas: o Português dos e-mails tem um genecequá de errado, de fora do lugar. Não é só que o Português é ruim (ah, Roberto Carlos, que saudade) – o Português é ruim, sim, mas o Português de quem manda presentes do Boticário e fotos da época da escola, via de regra, também não é lá grande coisa. Ao menos o dos caras da minha escola.
É que para escrever esses e-mails, não basta o malandro ter veia de publicitário e conhecer o público-álvaro. Ao contrário: para funcionar, para enganar, mesmo, tem que ser escritor e, na hora de redigir, acreditar que é o personagem-autor-do-e-mail. Esqueça a empatia: para enganar bem, tem que ter simpatia, mesmo (taí o Pezidente, que não me deixa mentir – embora deixe o resto da corriola. Mas, doutor, Jivago).
Depois, os cartões virtuais: alguns segundos de hesitação, pensando em que mulher poderia, nesta altura do campeonato, estar desesperada por você, a ponto de mandar cartões virtuais de cãezinhos felpudos com a cabeça inclinada e língua de fora. Mas aí você percebe que qualquer mulher que te mande um troço daqueles não merece nem ser conhecida (biblicamente, ou não). E que, no fundo, alguém que não ama muito você está tentando meter um troiano na sua máquina. Mas aposto que muito neguinho caiu – e muitas, muitas mulheres, especialmente as mais gordotas.
Também recebo, até hoje, avisos da receita federal, de que meu CPF, se eu não clicar ali, vai para o saco. E uns avisos de cobrança da Tim, que me ameaçam mandar para o Serasa, ou para o inferno – eu evitaria tudo isso, veja você, apenas metendo o mouse onde não devia.
E vieram outras, com presentes do Boticário, fotos da Bia Boa, promessas de alguém que me acha o par perfeito. Agora, a moda, certamente derivada do Orkut, é alguém te procurar dizendo que acha que você é o cara que estudou com ele (ou ela), e clique ali, veja a minha foto.
Não sei exatamente a razão, mas ainda não caí em nenhuma dessas. Tá, eu assisto Penn & Teller às vezes, e sei imitar bem o portuñol do Padre Quevedo. Mas acho que não é só esse cruel ceticismo que me afasta dessas armadilhas: o Português dos e-mails tem um genecequá de errado, de fora do lugar. Não é só que o Português é ruim (ah, Roberto Carlos, que saudade) – o Português é ruim, sim, mas o Português de quem manda presentes do Boticário e fotos da época da escola, via de regra, também não é lá grande coisa. Ao menos o dos caras da minha escola.
É que para escrever esses e-mails, não basta o malandro ter veia de publicitário e conhecer o público-álvaro. Ao contrário: para funcionar, para enganar, mesmo, tem que ser escritor e, na hora de redigir, acreditar que é o personagem-autor-do-e-mail. Esqueça a empatia: para enganar bem, tem que ter simpatia, mesmo (taí o Pezidente, que não me deixa mentir – embora deixe o resto da corriola. Mas, doutor, Jivago).
Quando os malandros descobrirem que lhes falta esse talento, vai ter muito blogueiro virando profissional.
8 Comentários:
Mauro,
Eu espero que o contrário não ocorra. Imagine se os profissionais virarem blogueiros? A Internet vai entrar em colapso em dois segundos
Um abraço,
Marcos
Oi, Mauro.
Aqui é Lucas, do blog "Lucano". Você postou lá me perguntando sobre o livro de Adler.
Eu acho que está totalmente fora de edição. Talvez você encontre uma cópia em uma biblioteca (com os títulos "A arte de ler" ou "Como ler um livro").
Eu li o livro no formato e-book, em inglês. Se quiser, posso te mandar o arquivo por e-mail. Ou então, se preferir, acho que não terás dificuldade em encontrar na internet (eu peguei pelo e-mule).
Qualquer coisa, se comunique comigo.
Um abraço!
Oi,
Vi seus comentários no site do Alexandre Soares Silve e os achei muito engraçados. Vim aqui ver e gostei.
Silva, sorry
Olá, Dom Matamoros. Mas há blogueiros profissionais, I bet. Eu mesmo botei uns anúncios aí em cima, ó. Lucas, olá, obrigado pela visita e pela dica; procurarei. Ei, Adelice, que bobajada, lá no Lord Ass, não é? Aliás, fui no seu site e vi o texto sobre o vídeo da Ana Carolina. Também achei ridícro e oportunista. Abraços,
Mauro
PS, Adelice, não o seu texto, claro - o discurso Psolista da Ana Carolina. Aliás, meu lado cafa pergunta que raio de moral tem aquela mulher para ficar exigindo postura dos outros - confessar que é bissequiçual, na capa de uma revista, equivale a dizer que não é fiel e honesta - a menos que esteja transando com um hermafrodita.
Que esperar de gente assim, caramba?
Ótimo texto, caro Mauro... até agora consegui passar incólume (sei lá até quando - ainda não descobriram o meu ponto fraco!)Bom feriado e abraços interioranos de SP.
Olá, Giuliá. Sim, mas não bobeie: hoje em dia, temos pontos fracos muito visíveis... Abraço!
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