Parágrafo primeiro.
O quarto, pouco maior que um guarda-roupa, e a cama de colchão fino, não impediram que tivesse uma incomum noite de bons sonhos: caminhava pela Oscar Freire, sem o maldito cachorro e sem a fantasia branca de babá (não se lembrava bem, mas parece que estava nua; ainda guardava uma sensação boa, de vento na pele em dia de calor). Todos os homens olhavam para ela, fazendo caras de propaganda. E não eram só os porteiros dos prédios e os seguranças de terno – os bacanas, de dentro dos carros, de dentro das lojas, de dentro dos restaurantes, também se viravam para desejá-la. Espreguiçou-se com um sorriso e foi ao banheiro, de camisola e sem sutiã. Os mamilos ainda registravam a brisa sonhada.
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