sexta-feira, março 11

Nosocômio.

Tenho que responder uma ação em que o advogado da autora (uma moça que foi atropelada por um ônibus há 20 anos e só agora descobriu que a culpa não foi dela) diz, juro:

“Nos tempos hodiernos a sociedade buscou meios de penalizar o infrator no local onde mais drasticamente o atingisse. E o ponto nevrálgico, que durante a revolução francesa era o pescoço, foi transferido para o bolso. Há vários doutrinadores que pensam da mesma forma, dando a visão do que é o dano e quando ocorre, e interpretando que é pagando pelo dano que o agente lesionante repara os malefícios de seus atos.”

Ele também comete um “neste nosocômio, restou cerca de um mês internada...”

Não sei como rebater essas coisas: se for estúpido, como tenho vontade, o juiz fica com dó; se não falar nada, fica a sensação do pum alheio no elevador – quem não reclama, é o autor...

Mas se o meu advogado dissesse que eu restei internado num nosocômio, juro que eu passava a procuração para outro.

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